Maradóóóó

Diego Armando Maradona.

Se o espírito do Deus do futebol estivesse aprisionado num corpo, seria no de Maradona. Baixinho, gordinho, olhando à primeira vista, ninguém diria que se trata do melhor jogador de futebol de todos os tempos.

Assim, El Diego via-se obrigado a transbordar magia pelo relvado, levando as equipas em que jogava ao colo, correndo, rematando, fintando, fazendo parecer o futebol a coisa mais simples do mundo. Podia escrever muita coisa sobre Maradona, mas por mais que eu escreva não será o suficiente para fazer jus à grandeza deste homem. Porque para além do que fazia nos relvados, aprendi a respeitá-lo e a admirá-lo pelo que foi fora deles, apesar de tudo o que dele dizem. Maradona é um bom homem, com os seus defeitos mas é um bom homem. Homem de família, fiel e devoto à sua mulher Claudia e às suas filhas Giannina e Dalma, pode ser incoveniente e mal educado para os outros, mas é o melhor homem do mundo para os seus. É a sua maneira de ser e ponto final.

Voltando ao que fez no rectângulo mágico...para sempre seguramente ficará na retina de todos aquele golo magnífico que marcou contra a Inglaterra, no Mundial do México de 1986, em que, vindo de antes do meio campo, passa por meia equipa ( ou mais ) adversária, guarda redes inclusivé, e " vacina ", como o próprio gosta de dizer. Ou aquelas temporadas magníficas que fez ao serviço do Nápoles, levando uma equipa que lutava para não descer á conquista de dois Scudettos, uma Coppa Italia e uma Taça UEFA.

Homem dedicado ao sei país ( Argentina ), era capaz de morrer pela camisola, e a maior alegria que podia ter era jogar pelo seu país, vestir a camisola azul celeste, e ser campeão mundial, algo que conseguiu duas vezes, em 1979 com a equipa sub-20, e no célebre Mundial do México de 1986, em que foi considerado o melhor jogador do torneio. O próprio descreve o momento de levantar a Taça como o dia mais feliz da sua vida desportiva, pois estava convicto que a vitório não tinha sido só da selecção mas sim de todos os argentinos. E é isso que eu admiro bastante numa pessoa, o patriotismo ( não confundir com nacionalismo ), valor que também me posso gabar de partilhar.

Que saudades de ouvir um estádio cheio a gritar " Maradóóóó, Maradóóóó "!... Era o futebol no seu estado mais puro...

Era El Diego.

Para quem for apreciador de futebol e deste fantástico jogador, recomendo vivamente a leitura da sua autobiografia, " Eu Sou El Diego ".